# 17 | Por que eu não li antes: Úrsula
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Por que eu não li antes é um projeto literário digital que apresenta obras de autoras brasileiras negras para o público, acompanhadas de uma discussão com especialistas no assunto sobre os motivos que fazem com que tais livros não estejam mais presentes na vida dos leitores. Reuniremos autoras, especialistas e debatedores em uma série de cinco podcasts, os quais serão reunidos em um site com informações adicionais sobre as obras apresentadas, estudos complementares e outros títulos relevantes sobre o tema.
A obra: Úrsula
Escrito em 1859, Úrsula é uma narrativa dividida em prólogo, seguido de vinte capítulos e epílogo, e conta a dramática história de amor entre a menina Úrsula, protagonista da trama, que vivia com sua mãe acamada em uma decadente propriedade; e Tancredo, personagem que integra a narrativa também como protagonista. Outro personagem de destaque é Fernando, antagonista da obra, que se apaixona pela menina, formando, assim, o conflito da história, encadeado pelo triângulo amoroso que acontece no primeiro plano da narrativa.
A autora
Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís, no Maranhão, em 11 de março de 1822. Foi a primeira escritora negra brasileira, sendo também professora de primeiras letras até 1881, quando foi aposentada do ensino público oficial. Como escritora, participou ativamente da imprensa maranhense, tendo suas poesias sempre publicadas nos jornais. Publicou seu primeiro livro, intitulado Úrsula, em 1859.
Contexto da época de publicação
Maria Firmino nasceu no mesmo ano em que o Brasil tornou-se independente da colônia portuguesa. A Coroa portuguesa já estava no Brasil desde 1808, o que deu uma certa impulsionada na evolução do país, porém, este continuava essencialmente agrícola e a pecuária começava a crescer. A maioria da população era pobre com pouca – ou nenhuma – mobilidade social, além de ser uma sociedade patriarcal e católica.
Importância da obra
Denunciando a situação dos escravos e refletindo sobre o futuro após a abolição da escravatura, a autora inaugura a literatura afro-brasileira. A autora mostra aos leitores que a luta dos negros pela liberdade vai muito além da Lei Áurea, é uma questão encravada na sociedade brasileira e que necessita ser debatida para que haja maior conscientização.
A obra é um marco na historiografia literária brasileira, mesmo tendo sido apagada por muito tempo devido à base patriarcal e ao fato de a autora ser mulher e negra. Além da importância para a literatura brasileira, também é relevante para o movimento negro e para o movimento feminista.
Apresentação: Luiz Andrioli e Walkyria Novais.
Participações de:
- Roberta Flores Pedroso
@flores_pedroso - Flavia de Castro e Souza
@carolinaseclarices - Waniel Jorge
@wanieljorge
Informações completas sobre os participantes e conteúdo extra do projeto em
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